terça-feira, maio 30, 2023
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‘Guru da meditação’, Tadashi Kadomoto é alvo de novas denúncias de crimes sexuais

Guru tem mais de 1,5 mi de seguidores no Instagram; ele é acusado de assediar mulheres

No começo do mês de novembro, o MP (Ministério Público) abriu uma nova frente de investigação para apurar mais denúncias de crimes sexuais envolvendo o guru Tadashi Kadomoto, conhecido como “guru da meditação”. A equipe de promotores voltou a investigar o caso depois que outras quatro ex-pacientes e ex-alunas prestaram depoimentos onde relataram abusos durante treinamentos e sessões de terapia individuais.

Tadashi Kadomoto, que já havia sido acusado por outras três mulheres, virou réu por estupro de vulnerável e lesão corporal grave em um processo criminal aberto na Justiça de São Paulo, em outubro.

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O Ministério Público de São Paulo está apurando também os crimes de violação sexual mediante fraude e associação criminosa. Porque, de acordo com o MP, a equipe do terapeuta tinha acesso a todos os tratamentos e cursos.

O guru, tem cerca de 1,5 milhões de seguidores no Instagram, 223 mil no YouTube e quase 39 mil no Facebook. Tadashi Kadomoto tem certa influência nesta vertente religiosa e suas redes sociais são repletas de vídeos onde ele fala sobre gratidão, equilíbrio emocional, resiliência e até ensina como melhorar as relações interpessoais com as pessoas.

28 anos de atuação

O Instituto Tadashi Kadomoto (ITK) foi criado em 2001, e leva o nome do seu fundador, que há mais de 28 anos trabalha nessa área.

Segundo seu Instituto, o terapeuta e coaching já treinou mais de 100 mil pessoas em 5 estados do Brasil, como o Rio de Janeiro, Brasília, Fortaleza, Espírito Santo e em São Paulo, onde estão localizadas as clínicas do Instituto.

Desde 1982, Tadashi já ministrava treinamentos para a área comercial. “Para Tadashi, apenas o fato de existir já pressupõe um agradecimento que, para ele, deveria ser transformado em ajuda ao próximo, para que ele pudesse viver bem consigo mesmo e em grupo. Dessa forma, inicia-se uma trajetória plena de amor ao próximo.” diz seu Instituto.

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Abuso por anos

A ex-paciente de Kadomoto relatou que procurou a clínica do terapeuta para tratar anorexia e que teria sido vítima de abusos sexuais durante sete anos.

O criminalista Luiz Flávio Borges D’Urso, que é assistente da acusação e advogado da primeira vítima a denunciar o terapeuta, no fim do ano passado, concedeu uma entrevista ao Jornal Estadão, e disse que o surgimento de novas vítimas reforça a acusação feita pelo Ministério Público paulista contra o terapeuta no primeiro processo.

O advogado ainda reforçou que as acusações segundo os relatos das vítimas, mostra que o ‘guru’ tinha um padrão de comportamento, um padrão na forma de abordar as vítimas para violentá-las.

Diante das condutas relatadas pelas vítimas, de início, é feito um enquadramento dos crimes apurados, para começar as investigações, o qual pode ser modificado no seu curso“, finaliza o criminalista.

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