Setor de veículos influencia alta da indústria paulista; nove estados registraram crescimento
O setor industrial vem ampliando o retorno à produção após as paralisações devido à pandemia de Covid-19. Nove estados recuperaram em setembro o patamar de produção pré-pandemia: Amazonas, Ceará, Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Pará, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. Os resultados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-Regional), divulgada no domingo (8) pelo IBGE.
São Paulo, estado com o maior peso na indústria, teve também o principal impacto positivo no índice nacional do mês (2,6%). Segundo o gerente da pesquisa, Bernardo Almeida, a influência paulista veio do setor de veículos automotores, que também foi a principal atividade na média nacional.
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“A alta de 5,0% foi a quinta taxa positiva consecutiva de São Paulo. Nesse período, o estado já acumulou um ganho de 46,6% e está 4,4% acima do patamar de produção de fevereiro de 2020”, informa.
Já o Paraná, com alta de 7,7%, apresentou o maior resultado em magnitude e o segundo impacto positivo no índice. “No caso do Paraná, a influência positiva veio, além do setor de veículos, do setor de máquinas e equipamentos”, explica Almeida. Esta é a quinta taxa positiva consecutiva, acumulando ganho de 46,2%. O estado também já alcançou o patamar pré-pandemia, ficando 0,5% acima do nível de produção de fevereiro.
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Por outro lado, com queda de 3,1%, o Rio de Janeiro foi o principal impacto negativo na indústria nacional. “O Rio de Janeiro vinha de quatro altas consecutivas, período em que acumulou um ganho de 19,8%. Porém, com o recuo do mês de setembro, o estado volta a ficar num patamar 2,6% abaixo do nível de fevereiro”, destaca o gerente da pesquisa.
Almeida explica, ainda, que a influência negativa veio dos setores de refino e extração de petróleo, bastante atuantes na indústria fluminense. Pernambuco, por exemplo, que havia recuperado as perdas da pandemia em agosto, teve queda de 1,3% na produção de setembro, ficando 0,3% abaixo do patamar de fevereiro.
Indústria cresce em comparação a 2019
Em relação a setembro de 2019, a alta de 3,4% da produção industrial nacional foi acompanhada por 12 dos 15 locais pesquisados. “Este é o primeiro resultado positivo após dez meses de quedas, desde novembro de 2019”, ressalta Almeida.
Segundo ele, São Paulo também teve o principal impacto nessa comparação, com uma alta de 4,9%, puxada pelos setores de produtos alimentícios, com maior produção de açúcar (cristal e VHP), e derivados de petróleo, com aumento principalmente na produção de óleo diesel, óleos combustíveis e gasolina automotiva.
Amazonas (14,2%), Ceará (8,5%) e Pará (8,1%) tiveram os avanços mais intensos. Santa Catarina (7,6%), Pernambuco (7,5%), Rio Grande do Sul (5,8%), Goiás (5,3%) e São Paulo (4,9%) também apontaram taxas positivas mais elevadas do que a média nacional (3,4%), enquanto Minas Gerais (3,3%), Paraná (3,2%), Região Nordeste (3,2%) e Rio de Janeiro (0,8%) completaram o conjunto de locais com crescimento na produção nessa comparação.
Por outro lado, Espírito Santo (-11,0%) e Mato Grosso (-6,2%) tiveram os recuos mais intensos. Bahia, com redução de 1,9%, também apontou resultado negativo.
Em bases trimestrais
O setor industrial, ao recuar 0,6% no terceiro trimestre de 2020, permaneceu com o comportamento negativo presente desde o último trimestre de 2018 (-1,3%), todas as comparações contra igual período do ano anterior.
A redução na intensidade de perda observada no total da produção industrial na passagem do segundo (-19,4%) para o terceiro trimestre de 2020 (-0,6%) foi explicada pelo ganho de ritmo em 14 dos 15 locais pesquisados.