quinta-feira, setembro 28, 2023
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Indicadores econômicos indicam recuperação da economia no 3° trimestre

Secretaria de Política Econômica manteve projeção de -4,7% do PIB para 2020

A Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia (SPE/ME) apontou nesta sexta-feira (2) para uma forte recuperação da economia do país no terceiro trimestre de 2020. A pasta, no entanto, manteve projeção de redução do Produto Interno Bruto (PIB) em -4,7% para 2020.

A análise da Conjuntura Macroeconômica e da Arrecadação Bruta de Tributos Federais foi apresentada pelo coordenador-geral de Modelos e Projeções Econômicos-Fiscais da SPE/ME, Sérgio Ricardo de Brito Gadelha, durante coletiva de imprensa por videoconferência, realizada pela Receita Federal, com transmissão pelo Youtube.

O cruzamento de dados fiscais e dos indicadores econômicos das atividades produtivas do país também aponta para um possível crescimento de 3,2% em 2021.

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Gadelha explicou que a retomada econômica no terceiro trimestre tem sido verificada a partir do desempenho positivo de setores produtivos. Outros parâmetros analisados foram os indicadores de confiança empresarial e dos consumidores – que demostram um clima de otimismo mais generalizado – e também os indicadores de alta frequência, que verificaram aumento nas vendas no varejo através do cartão de crédito e do consumo de energia.

Todos os indicadores coletados pela SPE indicam forte retomada do crescimento econômico no terceiro trimestre, com diferente intensidade entre os setores”, salientou.

Setor mais afetado

De acordo com o coordenador-geral, um dos setores mais afetados pelas medidas preventivas de controle da crise sanitária da covid-19 foi o de serviços. Por esse motivo, nota-se na atividade ainda uma recuperação mais lenta e moderada, mas crescente.

Em relação ao comércio, à indústria e à construção, os indicadores demonstram confiança — impulsionados pela melhor avaliação da situação corrente. A indústria automotiva manteve a trajetória de recuperação em agosto, impulsionada pela demanda interna, de modo que o aumento das vendas de veículos é compatível com a continuidade da retomada do consumo das famílias.

Os dados da produção industrial mostram que o setor já opera em níveis de utilização da capacidade semelhante ao que ocorria antes da crise sanitária – embora ainda não tenha atingido igual crescimento apresentado antes da pandemia. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a produção industrial tem registrado crescimento, mantendo-se como destaque na retomada da atividade econômica. Esse resultado reflete a expansão da produção nas categorias econômicas, puxada pelos bens duráveis e intermediários.

Alta frequência

Entre os dados apresentados na coletiva esteve a franca recuperação das vendas no varejo através de cartão de crédito, retornando próximas ao nível pré-pandemia. Os sinais são otimistas e apresentam crescimento das vendas, com destaque para o comércio eletrônico (e-commerce), substituição de consumo de bens e serviços, reação do setor de serviços, assim como transferência de renda por meio do auxílio emergencial – o que sinaliza uma recuperação do consumo das famílias. Outro indicador é o aumento do consumo de energia, que segue próximo aos patamares observados em 2019.

A arrecadação total no mês de agosto também superou as estimativas de mercado, chegando a R$ 124,505 bilhões, o que demostra uma possível retomada mais rápida da atividade econômica do que o antecipado pelo mercado.

Desde o Boletim MacroFiscal divulgado em maio, a Secretaria mantém a previsão de -4,7% para o Produto Interno Bruto (PIB) – que foi considerada otimista pelos agentes de mercado anteriormente – e que estes mesmos agentes já estão revisando suas previsões e aproximando-as da projeção da SPE. Alguns organismos internacionais também já têm feito ajustes de suas previsões em direção ao número divulgado pela SPE.

O chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, auditor-fiscal Claudemir Malaquias – que conduziu a coletiva – frisou que o ritmo maior da recuperação que vem se verificando nas empresas é resultado da assertividade das medidas adotadas pelo Ministério da Economia.

Com essa retomada na recuperação econômica, verifica-se concretamente como foram assertivas as medidas contracíclicas adotadas”, finalizou Malaquias.

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