quinta-feira, setembro 28, 2023
HomeCiênciaFoguete virtual e Inteligência Artificial pautam debate da SNCT

Foguete virtual e Inteligência Artificial pautam debate da SNCT

Semana Nacional de Ciência e Tecnologia pretende promover estudos científicos pelo país

O segundo dia da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) começou com uma programação diversificada na manhã deste domingo (18). A Semana faz parte da programação do Mês Nacional da Ciência, Tecnologia e Inovações (MNCTI), instituído por decreto deste governo e comemorado em outubro com a intenção de promover a ciência no país. Com o tema ”Inteligência Artificial: A Nova Fronteira da Ciência Brasileira” a 17ª edição da SNCT está sendo realizada virtualmente.

A primeira atividade do dia começou às 9h com um Desafio de Foguetes Virtuais. A atividade foi apresentada pelo coordenador da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), João Canalle e a ação foi planejada em parceria com a Coordenação Geral da Popularização da Ciência (CGPC). O objetivo era construir virtualmente um foguete que atinja o maior alcance possível utilizando o software de simulação Openrocket.

Saiba mais: SP avalia relação entre síndrome em crianças e o novo coronavírus

Algumas regras foram estipuladas para o desafio como por exemplo o motor (E9) que obrigatoriamente teria que ser o mesmo em todos os projetos. Outra regra é que todos os projetos deveriam possuir um compartimento de carga com 5 cm de diâmetro por 20 cm de comprimento. A massa mínima deveria ser de 200g e o lançamento precisava ser feito de um local que estivesse no nível do mar.

Os internautas puderam acompanhar passo a passo no software como deveria ser feita a projeção e construção do foguete. Na segunda atividade do dia, a pesquisadora do Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), unidade de pesquisa do MCTI, Mariângela de Oliveira-Abans apresentou a palestra com o tema “Uma Inteligência de Tamanho Astronômico”. Na apresentação foram mostradas diversas aplicações de Inteligência Artificial no dia-a-dia das pessoas e, com o foco especial no uso da IA nas pesquisas astronômicas.

A pesquisadora do LNA destacou que na astronomia as inteligências artificiais podem ser usadas para várias coisas como, distinguir galáxias de estrelas, identificação da aparência das galáxias, ajudar a estudar a formação de estrelas, ajudar a diminuir os ruídos das imagens (objetos não identificados). Também é utilizada para fazer modelos de evolução estrelar que estudam o nascimento, vida e morte das estrelas.

Os equipamentos que utilizam a IA também são usados para a identificação de asteroides que possam passar muito próximos à Terra em alguns casos com risco de queda. A IA também é usada na identificação de novos planetas. “Normalmente descobrimos planetas na nossa galáxia, mas recentemente foi descoberto um numa galáxia próxima a nossa.”, ressaltou Mariângela.

A pesquisadora do LNA explicou que existe uma dificuldade pela abundância de dados coletados por meio da IA. Segundo ela apesar da quantidade elevada de dados coletados há uma escassez de informações rotulados.

IA na Astronomia

O pesquisador do Observatório Nacional (ON), unidade de pesquisa do MCTI, Ricardo Ogando também destacou em sua apresentação a importância da IA nas pesquisas astronômicas. Na palestra com o tema “Da Terra ao Espaço: IA nas Pesquisas em Geofísica e Astronomia”, Ogando que é Astrônomo e doutor em Ciências pela UFRJ explicou que estamos na era dos dados.

Diariamente milhões de sensores espalhados na Terra e no céu registram a todo momento tremores de terra, temperatura e velocidade do ar, e, quando apontam pro céu, capturam o brilho de estrelas e galáxias e o movimento de asteroides, por exemplo. É impossível para o ser humano lidar com essa quantidade de dados. Aí entra a Inteligência Artificial (IA), capaz de processar milhões de terabytes de dados digitais, identificando padrões, classificando fontes e fazendo previsões.

Em sua apresentação Ogando explicou porque os cientistas precisam da ajuda de robôs, da IA e do aprendizado de máquinas. Segundo ele, a astronomia é uma ciência guiada por dados, centrada em dados. E quanto mais se observa, mais se descobre asteroides, galáxias, estrelas, buracos negros, dentre outros.

Popular