Número de matrículas em cursos a distância aumentou 378,9% no país, mostra pesquisa
A tendência de crescimento do ensino a distância (EaD) se confirma, a cada ano, na educação superior brasileira. Em 2019, 63,2% (10.395.600) das vagas ofertadas foram nessa modalidade, entre as 16.425.302 vagas disponíveis para o nível de ensino, no total. Os dados fazem parte dos resultados do Censo da Educação Superior 2019, divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) hoje (23).
O censo mostra ainda que, em 2019, pela primeira vez na história, o número de ingressantes em cursos de EaD ultrapassou a quantidade de estudantes que iniciaram a graduação presencial, na rede privada.
Ao todo, 50,7% (1.559.725) dos alunos que ingressaram em instituições privadas optaram por cursos de EaD. Em contraponto, 49,3% (1.514.302) dos estudantes escolheram ingressar na educação superior de modo presencial.
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Quando se trata do acesso dos alunos à graduação ao longo da última década, uma nova configuração da educação superior brasileira se mostra ainda mais evidente. Ingressantes em cursos de EaD correspondiam a 16,1% do total de calouros, em 2009.
Em 2019, esse público representa 43,8% do total de estudantes que inicia a educação superior. Ao mesmo tempo, nessa década, houve um aumento de 17,8% dos que optaram por cursos presenciais para iniciar a graduação.
Os dados revelam que mais de 6,3 milhões de alunos estudam em instituições particulares, o que significa uma participação de 75,8% do sistema de educação superior. Nesse sentido, a cada quatro estudantes de graduação, três frequentam estabelecimentos de ensino privados.
A rede privada configura-se, em sua maioria (83,8%), por faculdades. Das públicas, 43,7% (132) são estaduais; 36,4%, federais (110); e 19,9%, municipais (60). O censo mostra ainda que a maioria das universidades é pública (54,5%). Em relação às instituições federais, 63,5% são universidades, enquanto 36,5% são Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs) e Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets).
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Em 2019, a rede federal teve mais de 90% de ocupação das novas vagas oferecidas. Trata-se do maior índice entre as diferentes categorias administrativas. Em contraponto, mais de 87 mil vagas remanescentes (71,6%) não foram preenchidas nessa mesma rede de ensino. Já as instituições estaduais tiveram o maior percentual de preenchimento desse tipo de oportunidade: 33%.
Ao todo, 40.427 cursos de graduação foram oferecidos, em 2019, entre bacharelados, licenciaturas e cursos superiores em tecnologia. Do total, 88,7% (35.898) são presenciais e 11,3% (4.529), a distância. O bacharelado predomina entre os graus acadêmicos ofertados (60,4%).
Vale destacar que bacharelandos optam, em sua maioria, pela modalidade presencial. Já no EaD, o predomínio é de estudantes de licenciatura. Os cursos de bacharelado também continuam concentrando a maioria dos ingressantes da educação superior (57,1%), seguidos pelos tecnológicos (22,7%) e pelos de licenciatura (20,2%).
Entre 2018 e 2019, houve um aumento de 3,1% no número de ingressantes no grau de bacharelado. Já os cursos de licenciatura registraram uma alta de 3,5% nesse mesmo período. Por outro lado, destacaram-se os cursos de grau tecnológico, que apresentaram a maior variação positiva, com 14,1% de ingressantes em 2019. Na década (2009 a 2019), o grau tecnológico registrou o maior crescimento percentual: 132,5%.
O Censo mostra também que quase metade dos alunos matriculados na rede privada (45,6%) conta com algum tipo de financiamento ou bolsa. Desses, 20% correspondem ao Programa Universidade Para Todos (ProUni); 19%, ao Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies); e 61%, a outros tipos de auxílio.