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Desmatamento e queimadas na Amazônia afeta 95% de espécies

Pesquisa aponta prejuízo à biodiversidade por conta do desmatamento e queimadas na Amazônia

No final de 2022, cientistas publicaram uma pesquisa na revista científica Nature, com uma avaliação quantitativa detalhada do impacto de queimadas, secas e políticas ambientais relacionadas ao desmatamento na Amazônia. De acordo com os pesquisadores, entre os anos de 2001 a 2019, cerca de 95% de todas as espécies da floresta e 85% daquelas ameaçadas de extinção foram afetadas pelas queimadas.

Durante a pesquisa, os cientistas elaboraram mapas de distribuição da biodiversidade a partir dos registros de mais de 14,5 mil plantas e animais vertebrados da região. Com isso, cruzaram essas informações com os dados de satélite sobre incêndios florestais e desmatamento das últimas duas décadas. 

Desmatamento e queimadas na Amazônia continuam

Embora as políticas de manejo florestal da década de 2000 tenham desacelerado a taxa de destruição dos habitats, a execução descuidada dessas medidas e a recente mudança de governo no Brasil acabaram por reverter a tendência. As queimadas atingiram 103 mil e 190 mil quilômetros quadrados do bioma.

Segundo o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM),  236 espécies de plantas consideradas ameaçadas de extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), tiveram habitat atingido pelas chamas. Das espécies de pássaros ameaçadas, 83 de 85 foram prejudicadas, 53 das 55 espécies de mamíferos, 5 das 9 espécies de répteis e 95 das 107 espécies de anfíbios. Já as espécies que não estavam ameaçadas de extinção tiveram 64% de seu habitat prejudicado.

Ainda de acordo com a pesquisa, existem pontos de atenção que devem ser levados em consideração para o futuro, por exemplo, as secas mais severas e frequentes resultantes das mudanças climáticas, o uso de fogo pela indústria agrícola para limpar grandes áreas de vegetação e a maior chance de ocorrerem incêndios a partir de práticas de desmatamento. 

Além disso, o artigo também traz uma previsão para até 2050, onde tudo indica que a perda florestal chegará a, no mínimo 21% e, no máximo, 40%. Esse dado é preocupante, pois a Amazônia é a maior floresta tropical do mundo, abrigando uma a cada 10 espécies conhecidas de todo o planeta. Se conta que o bioma atua como um importante sumidouro de carbono, auxiliando na regulação do clima da Terra.

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Fonte: Revista Galileu.