Segundo FGV, confiança do consumidor registou sua segunda queda consecutiva
O Índice de Confiança do Comércio (ICOM) da Fundação Getúlio Vargas divulgado nesta quinta-feira (26) mostra recuo de 2,3 pontos em novembro, passando de 95,8 para 93,5 pontos — a segunda queda consecutiva. Em médias móveis trimestrais, o indicador caiu 1,2 ponto, interrompendo um período de quatro altas seguidas.
“O segundo resultado negativo da confiança do comércio, em novembro, mostra que voltam a surgir obstáculos para recuperação do setor. A piora no mês foi influenciada pela percepção de redução do ritmo de vendas e ligeiro aumento das expectativas em relação aos próximos meses, mas ainda em patamar baixo.”, avalia Rodolpho Tobler, Coordenador da Sondagem do Comércio da FGV IBRE.
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Em novembro, a confiança caiu em quatro dos seis principais segmentos do Comércio. Do ponto de vista de horizontes temporais, a queda foi influenciada pela piora da percepção com o momento presente. O Índice de Situação Atual (ISA-COM) recuou 5,4 pontos, para 99,7 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE-COM) subiu 0,9 ponto para 87,5 pontos.
Indicador de Desconforto
Depois de um período de recuperação, o ISA-COM em médias móveis trimestrais começa a mostrar sinais de arrefecimento. No mesmo sentido, o Indicador de Desconforto (composto pela média das parcelas padronizadas demanda insuficiente, acesso ao crédito bancário, custo financeiro e outros como limitações a melhoria dos negócios) também começa a perder forças da recuperação que vem apresentando.
Essa combinação de resultados sugere que a recuperação do setor ainda está sujeita à volatilidade e que ainda existem fatores que contribuem para limitar o avanço do ritmo de retomada.
Confiança do Consumidor também recai
Além do ICOM, o ICC (Índice de Confiança do Consumidor)também registrou queda. O ICC caiu 0,7 ponto em novembro, para 81,7 pontos, registrando a segunda queda consecutiva. Em termos de média móvel trimestral, o ICC subiu 0,5 ponto, registrando a quinta alta consecutiva, porém em ritmo de desaceleração.
Em novembro, houve piora tanto na satisfação dos consumidores em relação à situação atual quanto das expectativas para os próximos meses. O Índice de Situação Atual (ISA) cedeu 0,6 ponto, para 71,8 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) recuou 0,9 ponto, para 89,3 pontos.
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Entre os quesitos que medem a situação atual, o indicador que mede a satisfação presente dos consumidores com a economia acomodou em 75,7 pontos ao ceder 0,2 ponto em novembro, enquanto o indicador de finanças familiares diminuiu 0,9 ponto para 68,5 pontos, registrando a segunda queda consecutiva.
Em relação às expectativas, o indicador que mede o otimismo em relação à situação econômica foi o que mais contribuiu para a queda do ICC no mês ao recuar 3,8 pontos, para 106,8 pontos. As perspectivas sobre às finanças das famílias também cederam 0,9 ponto para 93,2 pontos.
Apesar disso, houve uma ligeira reação no indicador que mede a intenção de gastos com bens duráveis para os próximos meses para 69,5 pontos, nível ainda baixo em termos históricos.
A análise por faixas de renda mostra que houve recuo da confiança das famílias com maior poder aquisitivo e acomodação para as famílias de menor poder aquisitivo. A confiança das famílias com renda acima de R$ 9,6 mil registrou queda de 3,1 pontos, influenciada pelo pessimismo relacionado tanto à economia quanto às finanças familiares nos próximos meses.